terça-feira, 29 de junho de 2010
sobre o mercado consumidor brasiliense
Hoje é sabido que o mercado tem como elemento principal o consumidor. Ele tem desejos e necessidades específicas que devem ser saciadas por organizações com disposições e a habilidades necessárias para atendê-lo.
E Brasília abre espaço para a realização dessas expectativas, pois hoje se encontra no 3º lugar do mercado consumidor.
Já nem se parece com aquela capital que no início de sua criação, obrigava a elegantes senhores e senhoras a comprarem artigos de luxos em outras capitais brasileiras. E diante dessa situação analisou-se a existência de um mercado indireto, com potenciais consumidores que não tinha onde comprar. E nesse cenário que as empresas decidiram investir na cidade.
Hoje Brasília tem um dos maiores PIB brasileiros e isso advém da metade de sua população ser composta pelas classes A e B, maioria descendentes do poder público. O que fez a cidade entrar no cenário promissor do comercio luxuoso. Mas também existe a outra metade da população que torna diferenciado o publico consumidor. Assim se pode atender dos mais ricos a classes mais pobres. Como fazem respectivamente a sofisticada loja Ermenegildo Zegna e a popular Zêlo.
Essas duas lojas investiram na forte segmentação de mercado. A Zegna, por exemplo, com sua sala VIP deu um tratamento diferenciado aqueles clientes que preferem maior privacidade nas compras. Ela com essa inovação certamente obteve sucesso com seus clientes, que são em sua maioria do congresso e ministério e que podem pagar altos valores por esse serviço. Já a Zelo mesmo sendo uma loja popular percebeu que aqui se pode fazer grandes investimentos em seus produtos e que mesmo assim terá um grande público comprador.
O setor que tem crescido rapidamente em Brasília é o imobiliário. Que junto de si tem trazido ampla concorrência entre as construtoras. O que se tem feito para amenizar essa disputa é a inovação nos tipos moradia. Como as do setor noroeste que é a promessa do conforto agregada a uma vida ecologicamente correta.
Brasília possui um alto potencial mercadológico, ela dispõe de vários segmentos para atuação. E por conta dessa diversidade, foi minuciosamente estudada por grandes empresários que pensavam em investir suas grandes marcas na cidade. Atitude correta para quem precisa conhecer o mercado em que irá apostar. E um dos aspectos para a escolha da capital foi justamente o fato de ser o centro onde as regiões brasileiras se encontram. O que por um lado seria interessante, pois propiciaria uma diferenciação de público, já conseqüentemente contribuiria para concorrências de produtos e serviços.
A jovialidade da cidade atrelada ao poder público é o que faz de Brasília hoje o local certo para investimentos. Ela possui consumidores com uma modesta estabilidade financeira. O que é altamente lucrativo para investimentos a curto e longo prazo, como imóveis e indústrias. Sem falar que para esses setores estão sendo oferecidos incentivos fiscais. Que para empresas que são novas no mercado é a representação da fada madrinha.
O crescimento do mercado brasiliense trará consigo mais pessoas para comprarem e quem sabe até morarem aqui. E diante de toda essa expansividade econômica não se pode esquecer a necessidade de investimento na qualidade de vida de seus potenciais consumidores. Que precisam está satisfeitos para assim melhor comprarem, por que essa é a lei do mercado.
Reportagem vencedora do Projeto Integrador 2010, IESB
Reportagem vencedora do Projeto Integrador 2010, IESB
Editor: Paulo Eduardo Lannes
Colaboradoras e repórteres: Ana Paula Almeida, Gabrielle Garcia e Paulo Eduardo Lannnes
Darcy e a reinvenção da universidade brasileira
Não é possível falar em Universidade de Brasília sem falar em Darcy Ribeiro. Esse é o nome do principal campus da UnB. Ele também foi um dos principais pensadores modernistas do Brasil e o principal responsável pela criação da UnB. Seus pensamentos marcaram época não apenas no Brasil, mas como em toda América Latina. Essa marca é tão forte que até hoje suas idéias são atuais, sendo bastante aclamado pelos estudantes e educadores da atualidade.
Notoriamente esquerdista, acabou por ser constantemente perseguido durante a ditadura militar no Brasil. Isso fez com que a chama de suas reformas universitárias fosse apagada à força. Desde a redemocratização brasileira, tem havido uma retomada desses pensamentos modernistas. Entre trancos e barrancos, o ressurgimento das idéias “darcyanas” tem trazido bons resultados, mas em uma nova realidade, elas tiveram que se reinventar.
A semente do saber
Na década de 60 surgiu no Brasil e na América Latina um movimento de intelectuais que analisava criticamente as universidades. Havia há muito tempo que as universidades precisavam ser reformadas e os pensadores modernos se reúnem para repensar um novo modelo educacional, gerando assim uma Reforma Universitária. Em meio a esse turbilhão, surge Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, dois dos grandes educadores da época.
Como no Brasil não havia universidades com um grande repertório de artistas, cientistas e educadores. Para Darcy, deveria nascer “universidades-semente”. Elas seriam livres para ousar e inventar novos modelos, sendo universidades experimentais, diferente das “universidades-fruto”. Que eram as antigas que estavam renascendo, como a Sorbonne, na França. Na cabeça de Darcy, funcionava a seguinte lógica: para que o fruto nasça, primeiro temos que semear a terra. Seguindo essa lógica, as “semente” teria uma liberdade e ousadia que as “fruto” não tinham. No Brasil, até que existia a Universidade do Brasil, que seguia esse modelo, mas que não tinha uma ambição de se integrar com outras universidades, acabando por não espalhar suas idéias pelo mundo afora.
Muitos dos pensadores brasileiros estavam descontentes com a “caretice” dos modelos universitários. Darcy Ribeiro fazia parte desse grupo. Unindo sua experiência como pesquisador e sua raiva das velhas estruturas, passou a ousar no campo educacional, fazendo a seguinte pergunta: Universidade para quê?
Partindo deste questionamento, fez uma revisão do significado de universidade e como ele poderia ser aplicado no campo do saber e da vida. Assim, as universidades, que antes não passavam de um aglomerado de cursos superiores, deveriam se unir e começar a interagir uma com a outra. Então, Darcy propôs aos estudantes que montassem seus currículos, transformando-os em cidadãos que pudessem contribuir nos assuntos complexos da sociedade, que precisavam ser solucionados com as mais variadas habilidades. Ele acreditava na criação de cursos de integração cultural, obrigatórios para quem quisesse conhecer um pouco de tudo e ser um generalista nato. Simultaneamente, sugeria uma abertura permanente dos cursos, para que os já formados pudessem retornar e se atualizar.
Apesar de ser bastante utopista, Darcy não era idealista. “Idealista é aquele que pensa coisas que não tem contato com a realidade. Nas coisas de Darcy, havia muito contato com a realidade, a única diferença é que ele pensava à frente.” diz Cristovam Buarque, senador, renomado educador e amigo de Darcy Ribeiro.
“Faça-se a luz”
Ainda nos anos 60, Brasilia nasce. Sim, a cidade nasce no momento em que acontecem os movimentos de intelectuais no mundo. Sabendo que o presidente brasileiro da época, Juscelino Kubitschek, queria construir uma “cidade nova, com gente de mentalidade renovada, sem nenhum complexo de inferioridade colonial e sem nenhuma subserviência classista”, o modelo de universidade imaginada por Darcy Ribeiro e seus pensadores modernistas entrou como uma luva. Nesse contexto, a Universidade de Brasília nasceu.
Primeiramente, na UnB, o sistema de cátedra caiu por terra. Não haveria mais professores agindo como deuses. “O projeto de Darcy veio para quebrar essa hegemonia do saber, que era distante de um fazer. É um modelo pedagógico muito diferente.” Diz Cristina Madeira, atual coordenadora pedagógica da UnB. Assim surgiu a criação dos departamentos como unidade mínima acadêmica, ligando professores, funcionários e alunos. Nessa reforma surgiu também o sistema de créditos, que foi capaz de unir ensino e pesquisa e colocou a pós-graduação como atividade regular da universidade. Tamanha é a importância da pós nos dias de hoje, que se tornou pré-requisito para qualquer estudante, trazendo um novo nível para a educação brasileira.
Como pioneira da pós-graduação, os alunos, durante o curso, atuavam como instrutores e ajudavam os professores a darem aulas de graduação, criando assim um sistema eficiente e independente. “O curso de medicina não iniciou aqui, no plano piloto. Começou em sobradinho porque todo o trabalho, disso que a gente tem hoje como gestão de saúde comunitária, era o modelo de medicina da época.” diz Cristina, mostrando o quanto era importante a ligação da prática com a teoria aprendida. Essa integração levou o nome de método keller, responsável por formar uma ligação entre aluno e professor. Esse método trouxe como vantagem, a institucionalização da carreira de docente, o que não existia até essa época. “Ele mostra também como o ensino superior ajuda a formar a educação de ensino base, ajuda na economia, ajuda a sociedade e ajuda a cultura.” diz Cristovam Buarque.
Na estrutura física da universidade, havia sido construído o primeiro Instituto de Teologia Católica após a Revolução Francesa e a primeira Faculdade de Comunicação de Massa, que ligaria jornalismo, publicidade e propaganda, televisão, rádio e cinema. Numa época em que a televisão havia acabado de chegar ao país, essa nova estrutura se mostrou altamente revolucionária. Isso catapultou a UnB para um dos centros educacionais mais importantes do Brasil. Se Kubitschek queria que o progresso do país avançasse cinquenta anos em apenas cinco, Darcy mostrou como isso pode se tornar realidade.
Em Brasília, por toda a sua jovialidade, havia uma forte ligação entre a cidade e a universidade. Muitos dos professores haviam participado da construção da capital e da formação de uma sociedade brasiliense. No topo da lista se encontram Oscar Niemeyer (arquiteto), Athos Bulcão (artista plástico) e Vladimir Carvalho (cineasta). Em detrimento, houve uma preocupação com o dia a dia brasileiro, buscando soluções para as deficiências da sociedade e saindo do campo acadêmico. Assim, a cidade não seria responsável apenas por inovar no campo arquitetônico e no campo urbanístico, mas também no campo cultural, com a UnB. De fato, o sucesso se mostrou tão estrondoso que outras universidades (até as mais antigas e bem conceituadas) começaram a rever seus métodos de ensino e a se modificar, adequando-se a uma nova realidade.
A Mancha Negra
Durante a Guerra Fria, os estadunidenses mexeram com a cabeça dos brasileiros, influenciando-os em suas vidas. Como a base da vida é a educação, era de se esperar que houvesse uma reforma brusca no ensino da época. Surpreendentemente, os jovens e os estudantes se levantaram contra essas mudanças. Organizados pela UNE, não ficaram parados diante dessa tentativa de controle.
Na UnB, essas manifestações chamaram atenção pelo espaço físico da universidade, que, com o grande campus que havia, contribuiu para integrar os estudantes e fortalecer o movimento político estudantil. Assim, a UnB deflagrou sua primeira greve ainda no ano de sua inauguração, em junho de 1962. Isso viria a criar uma imagem negativa da UnB: a de que ela era um reduto de jovens marxistas.
Em 1964, o golpe militar se mostrou uma verdadeira surra para a universidade e seus projetos modernistas. Ela passou a ser vista como um símbolo de subversão que precisava ser combatido. Então, os militares começam a interferir na vida acadêmica, buscando suspeitos ligados ao comunismo. Chegaram a atear fogo no Instituto de Teologia e desmantelar a Faculdade de Comunicação de Massa.
Um ano depois, duzentos e dez professores se demitiram voluntariamente (cerca de 80% do corpo docente), num claro protesto à pressão exercida na universidade. Isso aconteceu em 1965. A universidade havia sido inaugurada há três anos e ainda estava em construção. Além de não ter gerado um tempo lucrativo, tudo que havia sido plantado se perdeu. A árvore que era a UnB havia se tornado estéril, entrando em uma crise profunda.
O período negro da universidade se afirmou quando chegaram os novos professores no ano seguinte. Antes, o corpo docente consistia na nata da ciência e das artes. Os novos professores estavam apenas preocupados com a renda salarial e com a manutenção da opressão militar no campus. Até o reitor não tinha nem idéia das propostas educacionais de Darcy Ribeiro. Novamente, os estudantes iniciam uma greve que fortaleceu ainda mais o movimento estudantil. Dessa vez, as tropas invadiram a UnB e vários estudantes foram presos no Teatro Nacional. Nunca alguém havia enlameado tanto a cultura que estava sendo construída na nova capital.
Em 1968, uma nova manifestação surge na UnB. E essa será capaz de mudar o rumo da história brasileira. De acordo com o filme “Barra 68” de Vladimir Carvalho, essa greve teria sido o estopim para a implementação do AI-5, responsável por vetar todos os direitos de cidadão existentes na época e fechar o Congresso Nacional. Iniciando uma onda de terror, muitos estudantes foram presos e pessoas desapareceram, outros optaram por se exilarem em no exterior ou simplesmente calaram suas opiniões. Honestino Guimarães, famoso líder estudantil da época, foi dado como desaparecido e a UNE se torna clandestina. E Darcy Ribeiro viu seus projetos desaparecem e a universidade se transformar em mais um centro de “paus-mandados”, acabando por se exilar, junto com muitos outros modernistas.
Com a queda da força estudantil e o exílio dos grandes reformadores, a UnB se transformou em um campo livre para os militares. Então o novo reitor, oficial da marinha, José Carlos Azevedo, inicia diversas construções no campus universitário, contando com o apoio financeiro do governo. Seguindo o discurso militar no qual as palavras-chaves eram “eficiência e progresso”, a UnB se viu em uma nova reforma universitária.
Nessa reforma, voltou a vigorar o sistema catedrático e foram criados institutos e departamentos fantoches, comandados pela mão de ferro dos militares. Mas, no final das contas, essa nova reforma não passou de uma farsa ao nascer com a liberdade castrada e com renovações de modelos a partir de conceitos já abandonados, por se mostrarem falsos e ineficientes. “(...) a UnB estava envolta por um clima de medo, professores vigiados (...). Estudantes intimidados, ameaçados em sua ânsia de indagar, (...) obrigados a conviver com delatores e agentes disfarçados dentro de salas de aula.”, conclui Beto Almeida, ex-aluno da UnB, no blog “Independência Sul Americana”.
Mas como nem tudo são espinhos, houve algumas medidas educacionais que funcionam até os dias de hoje. Como diz Cristina Madeira, “Há uma transição muito grande para a universidade e cria-se um projeto político educacional de departamento, modelo de Gestão coletiva que até hoje faz parte da gestão da Universidade. Nessa época, (...) o modelo da UnB se institucionalizou.”. As palavras de Cristina são confirmadas pelo filme “Barra 68” que mostra a universidade confusa, em meio a seu punhado de idéias e manifestações.
Com a ditadura, a UnB se afirma, deixando de ser “clandestina” e se tornando realmente uma universidade federal. Nessa época, nasceu a unificação do vestibular por região, limite no número de vagas, ingresso por classificação, curso básico que reúne várias disciplinas e a dispersão da graduação. E, até hoje, esses modelos se mantém.
Na UnB, mesmo diante dessas transformações, a falta de liberdade tornava o ambiente irrespirável. Em 1977, houve o último levante de alunos e professores, que (novamente) foram reprimidos. Vários líderes foram presos, sufocando de vez o movimento estudantil. Mas, Beto Almeida mostra que o espírito de luta dos estudantes não morreu: “Em maio de 1977 (...) vencem as teses de que a universidade não pode nem deve ser separada da sociedade, das lutas dos trabalhadores e que deveria servir ao povo brasileiro.”.
Renascimento do saber
Com a queda da ditadura militar em 1985, a redemocratização não atingiu apenas o plano político, levando mudanças também para os da cultura e educação. A realidade já é outra e os antigos planos de Darcy Ribeiro não caberiam mais. Não totalmente. “As bases que Darcy Ribeiro tinha da universidade a serviço da população, da liberdade, sem preconceitos e multicultural cabem. Mas tivemos que adaptar. A UnB era (...) muito nacional. Hoje não. Ela tem que ser internacionalizada.” diz o senador Cristovam Buarque.
Além de senador, Cristovam foi o primeiro reitor da UnB pós-ditatorial. Ao assumir a reitoria, entendeu que as idéias de Darcy ainda eram atuais, mas que precisavam ser reformuladas. E foi isso que ele fez. “A minha idéia é que a Universidade deve ser tridimensional, dividida por departamentos. Foi assim que o Darcy Ribeiro também pensou.” diz ele. Da mesma forma, afirma Beto Almeida ao dizer que “A semente da Universidade Necessária jamais morreu. (...) Várias gerações de estudantes resistimos, enfrentamos (...) para que o Brasil chegasse a ser o que é hoje, quando possui (...) instituições de ensino superior de cunho transformador, universidades necessárias”. Sobre as adaptações que ocorreram, Cristovam disse-nos que “A diferença é que defendo, também, que devem ser divididos por grupos temáticos (...). Nesses mesmos núcleos você põe pessoas de profissões diferentes trabalhando nos mesmos temas.”.
Dentre os principais projetos educacionais que foram adaptados, temos o de “ensino e pesquisa integrados” que se transformou no que hoje é o tripé da UnB. Nesse tripé, o ensino, pesquisa e a extensão se interligam, sendo complementares, mas também independentes. “O que a gente sabe que hoje é extensão cabia naquele projeto político pedagógico. (...) A formação do futuro profissional passava por uma experiência que era mais próxima da comunidade onde o profissional iria atuar.”, diz Cristina Madeira mostrando as semelhanças entre o projeto atual e o original de Darcy Ribeiro.
Com a recuperação da liberdade de expressão, foi possível identificar todos os erros e acertos que a ditadura militar produziu. “A Universidade Brasileira ficou com o mesmo número de alunos durante décadas. Havendo uma pressão muito grande para criar vagas. A solução foi o surgimento dos cursos particulares que (...) cresceram ao longo do tempo. Nisso, a crise das Universidades aumentou, ainda mais por falta de dinheiro, e por conta de greves e mais greves, fortalecendo cada vez mais o ensino particular. (...) A UnB está pagando um preço alto por isso.”, conclui o senador Cristovam.
Então, o que temos hoje é uma tentativa de retorno dos projetos “darcyanos”. Esse retorno está acontecendo de forma ousada, sendo aplicadas na universidade para serem experimentadas. Por exemplo, a UnB se tornou pioneira no sistema de PAS (programa de avaliação seriada) e no de cotas para negros e indígenas, que arrancaram elogios pelo Brasil afora.
Com o PAS, outro discurso de Darcy se torna realidade ao integrar a universidade com o ensino médio. Assim, os jovens passam, desde cedo, a conhecer as propostas de uma universidade e a pensar sobre seu futuro profissional.
No sistema de cotas, acontece a integração entre grupos étnicos (negros e indígenas) ao campo universitário. São lhes dado uma oportunidade que poderia nunca acontecer sem o tal sistema. Os indígenas, apesar de grandes dificuldades, poderão usufruir das últimas descobertas do mundo “moderno” e levar para a sua tribo, principalmente se for da área médica. “Como uma universidade criativa que se propõe a avançar algumas idéias, a inovação e criatividade é um dos princípios que rege a Universidade de Brasília. Existem as questões controvérsias (...), mas a UnB não se omite em fazer um enfrentamento, gerando um grupo de discussão, como num projeto de política pedagógica.”, conclui Cristina Madeira.
Um beijo para Darcy Ribeiro
Graças aos seus ideais educacionais, muito do Brasil e do mundo foi modificado para melhor. É mais que óbvio que uma pessoa como ele teria muitas homenagens pelo mundo afora. E realmente teve. Além de levar o nome do campus mais movimentado da UnB, é também nome no campus da Universidade Estadual de Montes Claros. No Rio de Janeiro, há uma universidade chamada Darcy Ribeiro (é a antiga Universidade Estadual do Norte Fluminense, idealizada pelo próprio Darcy). Por sua vida profissional, ganhou também o título de Doutor Honoris Causa nas universidades de Brasília, Montevidéu (Uruguai), Copenhague (Dinamarca), Venezuela Central (Venezuela) e Sorbonne (França). Por fim, em 1992, cinco anos antes de sua morte, ocupou uma cadeira na Academia de Letras Brasileiras.
Hoje, com o intuito de homenagear Darcy, está sendo construído um memorial no campus da UnB que levará o seu nome. Esse local já tinha sido planejado por Darcy e abrigará todo o seu acervo histórico. Além de ser um local de estudo, terá também um anfiteatro. Como ele mesmo dizia, será um local perfeito para o encontro de amigos e de namorados, sendo apelidado de “Beijódromo”.
Fontes utilizadas para realização da reportagem:
Ribeiro, Darcy. “Universidade Para quê?”. 1986. Séries UnB, DF.
Ribeiro, Darcy. “Universidade Necessária”. 1978. Editora Paz e Terra, RJ.
Ribeiro, Darcy. “UnB: invenção e descaminho”. 1979. Editora Avenir, DF.
Filme “Barra 68”, de Vladimir Carvalho.
Jornalista e ex-aluno da UnB Carlos Alberto Almeida (permissão para usar seu material jornalístico)
Senador e ex-professor da UnB Cristovam Buarque (entrevista)
Coordenadora Pedagógica da UnB Cristina Madeira (entrevista)
http://www.fe.unb.br
http://independenciasulamericana.com.br
http://www.fundar.org.br
http://www.unb.br
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Resenha do Livro:" Espreme que sai sangue: um estudo do sensacionalismo na imprensa" Danilo Angrimani
Danilo Angrimani
O livro “Espreme que sai sangue: um estudo do sensacionalismo na imprensa” do autor Danilo Angrimani é o resultado de uma tese de doutorado realizada pelo autor que teve Marcondes Filho como orientador. Danilo Angrimani é doutor em Ciência da Comunicação e possui mestrado em Comunicação Social. Foi repórter do Jornal da Tarde, Diário Popular, Folha da Tarde e Diário do Grande ABC.
Angrimani possui um site com o nome http://sensacionalismo.sites.uol.com.br, sobre o livro “Espreme que sai sangue”, onde discorre modestamente sobre o conteúdo de sua pesquisa.
O livro conforme o próprio autor descreve é divido em três partes: Sensacionalismo na Comunicação; Violência e Repressão no Campo Inconsciente; Notícias Populares.
Na primeira parte temos uma definição do que é sensacionalismo, como o senso comum o enxerga e quais suas características na imprensa. Angrimani dará ênfase à mídia impressa, no entanto não se esquece dos outros meios de comunicação.
Utilizando de estudiosos da área, Angrimani caracteriza sensacionalismo como a extração e exaltação da carga emotiva dos fatos e notícias divulgadas. Segundo Marcondes Filho, autor citado no texto, o sensacionalismo também é a mercantilização da informação e a pseudo-alimentação das necessidades psíquicas do indivíduo. Pois estimula as respostas emocionais e coloca a emoção em destaque da informação.
Conforme o autor, os meios sensacionalistas são alimentados pela utilização de fait divers (fatos cotidianos) com assuntos como sexo, violência e morte que são colocados de forma extraordinária e espetacular. As pessoas se identificam, vêem suas fantasias projetadas, se libertam dos desejos contidos ou se indignam com a situação, sentem-se participantes da história. E para isso é usada a linguagem coloquial, falada nas ruas, nos bares, em casa. Que manipula as sensações que teremos ao ver e lermos tragédias, desastres, assassinatos;
A imprensa funciona como um neurótico obsessivo que mostra compulsivamente ações transgressoras que exigem punições, mas ao mesmo tempo supre as necessidades dos humanos por tais ações. Ela é o meio libertador das pulsões do individuo é a junção do imoral com o moral.
Na segunda parte, serão explorados os estudos freudianos para explicar as três instâncias da personalidade: id, ego e superego. Para esclarecer como a imprensa sensacionalista age psiquicamente no individuo. O id seria as pulsões, vontades inconscientes do sujeito, ele é amoral. Nele está contido tudo o que é reprimido pela sociedade, como perversões, erotismo, tendências assassinas. Já o ego é a representação do que tentamos ser, um equilíbrio entre nossas pulsões (id) e a nossa consciência moral perante o mundo exterior. E o superego é a repressão do id, são as normas que controla os ímpetos humanos.
Perante essas faculdades mentais, os meios sensacionalistas assumem o papel de id e superego. Eles agem como id personificado quando realizam os gozos do indivíduo. E concretiza a submissão do ego ao superego que funciona como acessório para punir e inserir consciência moral. A imprensa se encontra na dualidade da representação entre a punição/transgressão. E como Marshall Mcluhan já dizia os meios de comunicação são “extensões do homem”. Portanto, segundo Angrimani a imprensa sensacionalista não independe do indivíduo, ele faz parte dela e de sua construção.
A exposição de tabus como canibalismo, sadomasoquismo, perversões, homossexualismo, fetichismo, voyeurismo nos meios sensacionalistas alimenta o mal estar do homem que vive entre a realização do id e a repressão do superego. Segundo Freud, os tabus é a forma mais antiga de consciência moral. No livro é apontado exemplos de representações de tabus na mídia. O caso do homossexualismo ser retratado com preconceitos e de forma ofensiva. Tem explicação nas regras que estabelece papéis femininos e masculinos. E quebrar essas regras, faz do homossexual um ser inaceitável. De acordo com a psicanálise todos possuem características de ambos os sexos, o que é conhecido como, disposição bissexual. Portanto, através de uma projeção, mecanismo de defesa para que o sujeito lançar-se fora de si, aquilo que não aceita em seu inconsciente. Combater o homossexualismo é evitar sentir culpa pela própria homossexualidade. E os jornais sensacionalista mais uma vez exercem o papel de superego que pune o homossexual como transgressor. O mesmo ocorre com o sentimento de prazer que se tem com o sofrimento alheio. É a descarga sádica do sadomasoquismo que todos possuem.
A opinião pública acredita que manchetes e temas sensacionalistas interessam na maior parte, as pessoas de baixa renda e sem instrução. No entanto, a verdade é que o assunto morte, por exemplo, interessa a todas as classes sociais. Ela é cultuada e explorada como espetáculo para torná-la mais digerível. Ela faz lembrar a pessoa de qual será o seu destino. Ou por vezes pode ser a figuração da morte de alguém que a própria pessoa gostaria de ter matado. Portanto a imprensa representa a descarga de pulsões agressivas, pois a violência é intrínseca no homem. Tanto para quem escreve (jornalistas) as notícias como para quem as recebe (leitores, telespectadores).
O autor defende que a mídia só transmite aquilo que o homem deseja ver. Entretanto discordo parcialmente dessa afirmação, que parece justificar a valorização das escolhas do id em detrimento do superego. Por que transmite a idéia que somente os apetites do id seriam relevantes, diferente da repressão do superego que seria incorreta. Mas deve-se lembrar que a personalidade de uma pessoa só é completa se houver: id, ego e superego. Portanto o superego também auxiliará na escolha do indivíduo quanto a querer ver conteúdo sensacionalista ou não.
Diante das repressões ao id, poder-se-ia utilizar de forma positiva os meios de comunicação para aliviar as tensões do indivíduo. Enfatizo forma positiva, na qual se daria através da cultura, educação, esporte e entretenimento. Por que se torna em vão somente a exposição das frustrações do homem pela mídia e nada ser feito para amenizar esta situação.
Após as explicações psíquicas referentes à influência do sensacionalismo nas pessoas, o autor na terceira parte do livro faz uma análise dos conceitos apresentados anteriormente, no jornal Notícia Populares. Criado para competir com o jornal Última Hora, o NP inicialmente traria assuntos como sexo-crime-sindicalismo. Ele passou por muitas fases até que chegasse ao gosto popular. Quando começou a trazer em suas capas manchetes bizarras e grotescas.
Segundo o secretário de planejamento do NP, José Luiz Proença citado no livro em entrevista dada ao autor, o jornal era apoiado no tripé sensacionalista: sexo, crime e o sobrenatural.
O Noticia Populares foi parcialmente censurado quando trouxe a seguinte manchete “Maradona bom de bola e ruim de taco” que trazia o jogador nu. Com a justificativa de atentar contra o direito da criança e do adolescente, o NP teria que ser vendido lacrado e com classificação etária para maiores de 18 anos. Perante este episódio ocorrido como NP, Angrimani escreve que quem deveria censurar o jornal, eram os leitores quando decidissem comprá-lo ou não. Percebe-se que o autor além de extremamente racional, defende ferrenho a liberdade de expressão. É admirável tal atitude, nesse caso, concordo com o juiz que censurou o NP quando disse, que “o direito de liberdade de expressão é absoluto, mas não ilimitado”, e que “(...) a dignidade humana precisa ser respeitada”. Totalmente o contrário do que acontecia no NP que utilizava de linguagem chulas as vítimas referidas.
Em sua análise Angrimani caracterizou as matérias exemplificadas do NP em punitivas, quando queria castigar o transgressor e transgressoras, quando atrai o leitor para os tabus. Novamente a dualidade entre punição/transgressão encontrada no sensacionalismo. Além de possuir a maioria das caracteristicas citadas ao decorrer do texto, Notícias Populares utiliza excessivamente da pseudociência para dar credibilidade a suas histórias mirabolantes e usa de cascatas, que são reportagens fictícias. Inclusive a mais famosa cascata do NP é citada no livro, que é o caso do bebê-diabo. Uma história criada para preencher um plantão de sábado. Que era de um bebê que teria nascido com chifres, pêlos e rabo e que se dizia filho do diabo.
O jornal contou o boato sem dar nomes ao envolvidos, o que contribui para aguçar a curiosidade do povo. Na época o fato estampou as manchetes do jornal por 22 edições. O caso do bebê diabo é a expressão máxima da exploração do imaginário popular, junto à simpatia que o veículo tinha de seus leitores. O Notícias Populares deixou de existir em 2001, quando cedeu lugar ao periódico Aqui Agora. Atualmente existem muitos jornais que se assemelham ao NP pelo uso da linguagem popular, pela exploração das imagens das vítimas, onde deixam a desejar em critérios jornalísticos.
Angrimani deixou explícito em seu estudo, que não concorda com a culpa que destinam a imprensa quanto a sua influência negativa no indivíduo. A sua proposta era defender a idéia, que os meios sensacionalistas são a representação dos desejos do homem. Pois o sangue que sai quando se espreme os jornais sensacionalistas é a reprodução do homem por meio dos crimes, violência e tabus exposto nas mídias. Desta maneira a imprensa é distanciada da parcela de responsabilidade que ela tem em certas atitudes do individuo, quando sujeitado a temas explorados por ela. Visto que a abordagem do trinômio sexo-violência-morte é a satisfação do id. Por seguinte não se pode esquecer que não existe somente esses assuntos para serem retratados. E a exaustão do id, nos faz esquecer do que acontece do mundo.E torna a imprensa no sentido semântico da palavra, egocêntrica.
Como já comentando antes, para Angrimani é inaceitável censura na liberdade de expressão. Mas para deixar mais claro minha discordância nesta postura radical assumida pelo autor. Parto da idéia dos meios sensacionalistas de que o povo não possui senso crítico. Portanto só veiculam o que julgam irrelevante. O que faz nesse caso a liberdade de expressão tornar-se uma ditadura. O que também contribui para o estereótipo do famoso “o povo gosta”.
Deixando de lado alguns aspectos divergentes, o livro foi bem articulado. Extremante detalhista é um bom recurso para quem deseja se esgrimir pelas vias tortuosas do sensacionalismo. Através da citação de autores da área, o autor nos mostra até estudos contrários ao caminho por ele seguido. Isso demonstra a confiança em argumentos bem elaborados. A utilização dos recursos da psicanálise deu credibilidade às explicações e facilitou o entendimento de quem tinha interesse no assunto. É um livro que recomendo, mas é necessária uma leitura analítica para melhor aproveitar e quem sabe tirar até boas risadas das manchetes do NP.
sábado, 27 de março de 2010
Um olhar sobre o filme "sétimo selo"
Bergmam quis mostrar os questionamentos humanos e usou o cenário da idade média pra retratá-lo. Não poderia ter feito melhor escolha, pois o clima existente naquela época era de desilusão, medo e frustração.
Bergmam trouxe o cinema como caminho para a reflexão, não que ele tenha sido um dos primeiros a fazer isso na sétima arte. No entanto pode ser considerado inovador no seu tempo, pois assim como na década de 50 no qual era comum e quase necessário realizar filmes a cores e com temas do cotidiano ou de diversão. Ele trouxe para a tela do cinema um filme em preto e branco, onde o conteúdo era a obra prima que deveríamos observar. E a comprovação é percebida numa entrevista que o cineasta concedeu ao Instituto Sueco de Cinema que disse “Eu tenho uma enorme necessidade de influenciar outras pessoas, de tocá-las física e mentalmente, de me comunicar com elas. Filmes, claro, são um meio fantástico de tocar outros seres humanos, de alcançá-los, de irritá-los ou mesmo de fazê-los felizes, de deixá-los tristes ou de fazê-los pensar”.
O cineasta deixa explicito que não estabelece verdades e na cena em que o cavaleiro joga xadrez com a morte, é como que o jogo remetesse a uma busca.O xeque mate seria quando ele chegasse em algum lugar que sanasse a suas dúvidas. Portanto Bergmam não reduziu o problema de alguém que iria morrer, pelo contrário ele fez com se tornasse uma saga, talvez do seu próprio eu. Permitiu que as pessoas ao assistirem ao filme, procurassem repostas ou mesmo que apenas refletissem e para isso carregou a obra de indagações existencialistas.
Diante da crise de fé que o cavaleiro Block enfrenta depois que volta das Cruzadas, ao mesmo tempo mostra-se o ceticismo de seu escudeiro que se pode dizer que representa o esclarecimento, a visão critica que se tem de uma fé dogmatica.
È intrigante que o cavaleiro que teoricamente deveria representar um herói, e colocado como um homem comum e frustrados- rompimento de estereótipos- perante suas incertezas. A sensação de desprazer que este se encontra por agora está independente de uma religião que antes decidia sua vida. Nos mostra como a religião controla e torna mais fácil a vivência dos indivíduos a que a ela são submetidos.
Na cena em que o vassalo Jons se encontra com o pintor de paredes, ele pergunta para o artista por que ele pinta cenas tão aterrorizantes e diz que as pessoas não ficarão felizes, o pintor responde que as pessoas não têm de estar felizes o tempo todo. É perceptível que durante a trama Jons assumi e faz coisas que não são aprovadas pela sociedade. São desejos que ele sente necessidade de realizá-los, sem preocupar como a sociedade e a sua consciência irão lhe julgar. Já o cavaleiro Block vive de pequenos momentos felizes, como quando está reunido com os atores da trupe e seu escudeiro tomando leite e comendo morangos silvestres. Da mesma forma é a proposta da indústria cultural para o individuo, que tem que abrir mão da felicidade plena para viver com aquilo que a sociedade lhe oferece.
Bergmam experimenta e põem uma cena bem interessante, quando o ferreiro encontra sua mulher com o amante e os dois começam a discuti sobre o que iriam fazer um ao outro. E enquanto isso o vassalo Jons fica como narrador, ou até mesmo como se fosse alguém que assistisse a uma cena de cinema ou novela, dizendo o que cada um fará no momento seguinte. Não se sabe ao certo se isso foi intencional, no entanto é uma cena que pode trazer uma reflexão acerca a representação da indústria cultural na vida das pessoas, onde o individuo assiste a todo manipulação, às vezes, sabendo o que estar por vir nos “próximos capítulos”.
Assim como Walter Benjamim cita no texto “A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica” que a “massas citaram os cinemas para assistirem à vingança que o intérprete executa em nome delas (...)”. O próprio Bergmam diz que seus filmes retratam os medos que ele possui e que com a sua retratação no cinema, pretende superá-los. Os medos que Bergmam possui em relação à morte, ele próprio diz que já amenizou.
Nesse mesmo texto Benjamin cita uma afirmação importante quanto à interpretação de atores “quando o interprete for tratado como um acessório cênico, escolhido por suas características, será o estagio final” referindo-se a dependência que os atores de cinema tem em relação a filmagens e aos cineastas. Com a era da reprodutibilidade a arte dramática é que mais sofre, pois cada vez se exige mais técnica na produção. O Sétimo Selo já tem um diferencial, pois foi rodado com poucas verbas, o que fez que algumas cenas não pudessem ser refeitas inúmeras vezes. E como exemplo tem a cena final da dança da morte, que foi gravada somente uma vez.
O Sétimo Selo mesmo sendo um filme de grande qualidade e considerado como um clássico é conhecido por poucos da massa. Talvez seja por ele não ser um filme que adestre o telespectador para esse, logo, se encontra em um lugar familiar ou que seja semelhante com a realidade. O que ocorre é o oposto, pois o filme é neo-expressionista, diferente daquilo que normalmente se encontra nas representações cinematográficas.
Com isso percebemos que para um filme ser apreciado-digo apreciado no sentido das pessoas gostarem ou não- tem que passar pelo circuito comercial. Pois o filme tem que antes de ser produzido, ter ‘quase’ a certeza que irá agradar ao gosto dos telespectadores. E na realidade ele tem que ‘acertar’, pois todos já sabemos qual a narrativa com os indivíduos estão acostumados e qual é mais simplista para ser compreendida.
Diferente dos filmes comerciais que tem finais superficiais, ou talvez até por vezes felizes, o Sétimo Selo possui um final que talvez não agrade a muitos e também não seja compreensível por todos. Mostra a morte do cavaleiro, do escudeiro e dos demais personagens- com exceção do casal de atores- aqueles talvez que tinham suas crises existenciais. No final do filme o gancho que se tem é que nem sempre na vida haverá respostas para as dúvidas do homem. E que no cinema pode acontecer o mesmo, não haverá sempre filmes que dêem uma reposta imediata e conclusiva para o telespectador.
A indústria cultural nos acostumou a filmes óbvios que até a encenação dos atores numa cena somos capazes de premeditarmos. No Sétimo Selo as atitudes dos personagens são carregadas de forte simbolismo, que inicialmente podem parecer ilógicas.
Apesar de o cinema ser taxado de produto alienante da indústria cultural, não se pode deixar de lado a importância que esse possui na vida das pessoas. E como que filmes iguais a este, podem nos trazer reflexões contundentes da existência humana e sua relação com o divino.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Da teoria a prática:Inserção do código de ética dos jornalistas nas redações
Tenho que reconhecer que ele foi feliz ao expressar sua “preocupação” com os direitos dos indivíduos. No entanto o ministro se esqueceu de mencionar a importância de uma informação de qualidade, correta e precisa que também é explicita no mesmo código. E que para assim obtê-la não basta ser uma pessoa interessada em conhecimento, mas um indivíduo comprometido com a verdade e guiado com responsabilidade para torná-la de cunho público. Valores estes inseridos no âmbito acadêmico desde semestres iniciais. Pois diferente de também citado pelo ministro, nos cursos de jornalismos não são ensinadas apenas técnicas jornalísticas. Mas sim colocadas em debates a importância da imprensa e a sua influência sócio-cultural.
Não há possibilidade de ser um jornalista de credibilidade, se este não basear a sua profissão de acordo com o código que o estabelece. Portanto o que o ministro nos sugere implicitamente e que deixemos de lado o código de ética e que sejamos apenas leigos interessados em informação. Partindo da mesma linha de pensamento-que todos tem direito a conhecer a constituição de seu país e tenham a capacidade de lutarem pelo cumprimento da mesma - não precisaríamos mais de cursos de direito, bastar-nos-ia decorar códigos e leis, que estaríamos aptos a nos considerar deuses acima da verdade. Entretanto sabemos o caos que se tornaria o poder judiciário, com justiceiros a solta a fazer julgamentos como bem entendessem.
O mesmo ocorrerá nos meios de comunicação sem a exigência de um profissional idôneo. Agravar-se-á a situação que a maior parte da mídia hoje se encontra. Falta de privacidade de pessoas publicas, pornografia explicita em programas e novelas, matérias e reportagens tendenciosas, exercício profissional controlado por empresário com interesses pessoais, violência gratuita, sensacionalismo. Fora inúmeros absurdos que acontece na internet, TV, revistas e jornais que já mostram o distanciamento gradativo dos princípios éticos.
Hoje mais que nunca faz sentir a necessidade de uma reformulação e aplicação dos valores morais e éticos nos meios de comunicação. É claro que as mudanças tem que acontecerem de dentro das redações para fora delas. No entanto o cerne destas transformações precisam partir da academias, que nos fazem mais críticos perante os percalços da profissão. Acontecido isso nas universidades e institutos de educação, logo após será o momento do código de ética sair do papel e ser aplicado no dia-a-dia do ambiente de trabalho. Os órgãos responsáveis por julgarem atos e abusos da imprensam também precisam agir com pulso firme. Para que assim possamos ao poucos devolver a credibilidade de uma mídia baseada em sua obrigação de informar com qualidade a sociedade.
By Gabrielle Garcia
quinta-feira, 11 de março de 2010
Sesi Taguatinga abre vagas para cursos de musicas e dança( preços populares)
“É a chance que os frequentadores do CCS, além da comunidade, têm de aprender uma modalidade cultural, com preços acessíveis e com professores qualificados. Até o fim do ano, nosso objetivo é aumentar a oferta de oficinas e levá-las, também, para um maior número de pessoas. Cultura também é qualidade de vida”, afirma a responsável pelos cursos no CCS, Flávia Lucci.
A oferta de oficinas de formação cultural tem dado tão certo que se estendeu a outras unidades do Sesi-DF. Os interessados pelo o curso de violão, por exemplo, poderão escolher entre as unidade do Gama, Ceilândia, Taguatinga e Sesi Sobradinho. Já para quem quer fazer o curso de teclado, as matrículas estão abertas nas unidades de Taguatinga e Sobradinho. Todos os outros cursos serão oferecidos apenas no Sesi Taguatinga. Informações: 3355-9538.
Fonte:
http://www.sistemafibra.org.br/sesi/index.php?option=com_content&view=article&id=210&catid=39
quarta-feira, 10 de março de 2010
Quais a suas graças?
Estudante de jornalismo, amante de história, literatura e cultura. Aventureira em desmembrar a cada dia um desses assuntos, sempre estou conectada a internet. Gosto de documentários e sonho em um dia poder fazer um.
Certa vez conversando com uma psicóloga ela me disse que eu tinha que ter uma profissão no qual sentisse orgulho em falar dela. E o que acontece quando falo de jornalismo, ele faz parte da minha vida. Leio, escrevo e penso imaginando quando estarei numa redação jornalística, trabalhando numa área relacionada ao jornalismo cultural ou social.
Adoro ler revistas com assuntos curiosos e assistir a TV Brasil com seus mais variados programas. Clarice Lispector e Mario Quintana me fascinam, conseguem expressar aquilo que por vezes não conseguiria descrever.Também gosto de MPB e musicas religiosas. Sou fã do “O Teatro Mágico”, eles representam para mim música jovem de qualidade.
Quero poder viajar pelo o Brasil e também conhecer outros países como o Japão, a França,a Itália e o pais do Vaticano em especial.
Pretendo nesse pequeno espaço deixar transparecer como vejo o mundo!
